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Você sabe a importância do IBGE?
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, conhecido como IBGE, surgiu em 1937 com a junção do Conselho Brasileiro de Geografia com o Instituto Nacional de Estatística, criado em 1934. O órgão federal é o responsável, como pode ser visto no site oficial, pela produção, análise, coordenação e consolidação de informações estatísticas; produção, análise, coordenação e consolidação de informações geográficas; estruturação e implantação de um sistema de informações ambientais; documentação e disseminação de informações e coordenação dos sistemas estatístico e cartográfico nacionais.
O Censo, realizado pelo IBGE, é o principal referencial das condições de vida do povo brasileiro. Feito a domicílio, acontece de dez em dez anos, com apenas três exceções em toda a história, desde 1920. Uma das exceções foi a chegada da pandemia, adiando a pesquisa para o ano seguinte, 2021. Entretanto, o repasse de verba sofreu um corte de 96%, saindo de R$2 bilhões, valor já reduzido, para R$71 milhões, impossibilitando a realização do “raio-x” dos brasileiros.
Com a não realização do Censo, fica em aberto se as políticas públicas estão sendo ou não realizadas, assim como a incerteza da verba ser repassada para os projetos que beneficiem a população que mais necessita. De acordo com Marta Azevedo, integrante da Comissão Consultiva do Censo Demográfico, em entrevista à CNN Brasil, a falta do levantamento vai atrapalhar a distribuição das vacinas contra a covid, já que não existirão dados atuais das comunidades nos municípios.
O ex-ministro da saúde Nelson Teich explica o que acontece quando não há essa pesquisa, em entrevista ao site Ecoa. "Sem dados se criam políticas públicas com base na impressão, não se sabe se está criando algo efetivo.” Tratando de políticas públicas, é importante falar da saída do Mapa da Fome, que só aconteceu porque os Censos 2000 e 2010 foram realizados e, assim, puderam localizar quais lugares precisavam de assistência. Através do Bolsa Família, famílias puderam ser beneficiadas pela política pública e passaram a se alimentar. Grandes são as perdas com a não realização deste “raio-x”.
E para mostrar que isso ainda vai muito mais além que as políticas públicas e assistência à população, caso não seja importante o bastante, o país pode também deixar de receber investimento de empresas. Afinal, como planejar e traçar uma rota de crescimento se não há dados confiáveis e atualizados?
